“Vamos defender o governo democrático,
proteger os direitos humanos
e proteger nosso meio ambiente.
Acredito que haveremos de despertar.
Sempre acreditei que as soluções para a maioria
dos nossos problemas
deveriam vir de nós mesmos.”
O trecho acima foi retirado do discurso que Wangari Maathai realizou na aceitação do prêmio Nobel, uma declaração em que ela ressaltou o trabalho muitas vezes sem reconhecimento de quem defende o ambiente, contou sua história como ativista e agradeceu aos africanos que a apoiaram, mas principalmente deixou uma mensagem: lutar pelo meio ambiente é lutar pela nossa evolução, e acima de tudo é um ato democrático.
Wangari, apelidada de "Mulher-Árvore" pela imprensa no Brasil, nasceu dia 1 de abril de 1940 no país de Quênia (leste da África), região anteriormente dominada pelos britânicos. Ela conta que em sua infância a terra era abundante, cobertas por arbustos, trepadeiras e folhas de araruta, mas ao longo do seu crescimento presenciou a devastação da floresta e o começo da indisponibilidade delas de conservar os recursos hídricos do povo rural por causa da agricultura comercial.
Até o ensino médio a ativista dependeu de missionários católicos para receber educação, porém em 1960 ela esteve entre os 800 jovens africanos que foram participar de um programa de bolsas de estudo nos Estados Unidos, organizado pelo pan africanista Tom Mboya (fundador da república do Quênia) e o senador John F. Kennedy. Além dos EUA, Maathai se formou e se especializou na área de Biologia no Quênia e na Alemanha.
A professora fundou o Movimento Cinturão Verde em 1977, quando ouviu o relato das mulheres da região que diziam que os córregos de água estavam secando e elas tinham que caminhar muito para conseguir lenha, principal material para cozinhar. Wangari percebeu que a razão para o infortúnio acontecer era que o desmatamento realizado estava causando a erosão do solo e propôs para as mulheres a ideia de trabalharem juntas para plantar árvores, armazenar água da chuva, fornecer comida e lenha ao mesmo tempo que recebiam pagamento pelo afazer.
Mulheres plantando mudas de árvore no Quênia
Ao decorrer do tempo o movimento teve grande papel na política e educação, porque revelou que por trás da degradação ambiental e insegurança alimentar havia a perda de autonomia do povo sobre o próprio meio, além da privação de direitos. Em resposta a essa observação foram realizados seminários para encorajar a população a refletir sobre a razão deles não receberem assistência, exigindo responsabilidade dos líderes nacionais em defesa do espaço democrático.
Wangari Maathai recebeu o prêmio Nobel da Paz em 2004, por promover o desenvolvimento social, econômico e cultural no Quênia e na África através do reconhecimento de um problema global como a injustiça ambiental e criando uma solução local. O Movimento Cinturão Verde nunca foi simplesmente plantar árvores, mas sim inspirar pessoas a tomarem conta do ambiente, do sistema que as governa e de suas vidas. Infelizmente, a ativista faleceu em 2011 por câncer nos ovários, mas ela provou que para fazer justiça no mundo basta começar pela sua casa.
Referências:
Medeiros,Eli. https://ambientes.ambientebrasil.com.br/educacao/artigos/ . 03 de agosto,2022
Girand, Giovana.https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2312200702.htm. 06 de agosto,2022
Mbugua,Sophie.https://www.dw.com/pt-002/wangarimaathaiambientalistaquenianaqueganhouonobeldapaz/. 12 de agosto, 2022
The Green Belt Movement
https://www.ufrgs.br/africanas/wangari-muta-maathai-1940-2011/. 15 de agosto,2022
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
http://www.greenbeltmovement.org/who-we-are/our-history18 de agosto,2022
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